domingo, 30 de dezembro de 2012

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A Chama Piloto
Por Rabino Simon Jacobson
Se olharmos atentamente para os detalhes de Chanucá – a Menorá, a história, o número de chamas – eles podem revelar a natureza de nossa alma.

À medida que o sol se põe e caem as sombras da noite, acendemos a Menorá criando luz na escuridão. Ouça cuidadosamente as chamas e elas lhe contarão uma história, que lhe permitirá viver uma vida mais significativa e profunda, elevar-se, vencer desafios e dificuldades. Sente-se perto das chamas e estude-as em silêncio.

“A lamparina de D’us é a alma de um ser humano,” diz a Torá.

As chamas aquecem e iluminam o ambiente, portanto você também pode usar sua alma para infundir calor e luz. Ao contrário de outras entidades físicas que são atraídas na direção da terra, as chamas dançantes tremulam para cima, desafiando a gravidade. Da mesma forma a sua alma, não satisfeita com meros confortos físicos, aspira subir na direção de algo mais elevado.

Chanucá não é apenas sobre acender nossa vida. Ao colocar a Menorá na janela de sua casa ou no batente de sua porta, você permite que a luz se irradie para a rua escura, iluminando seus arredores. Chanucá nos lembra de nossa capacidade e responsabilidade de efetivar o mundo ao nosso redor e nos prontifica a fazer brilhar a luz na vida dos outros, com atos diários de bondade. Assim como uma chama acende outra sem perder sua luminosidade, também quando você partilha a si mesmo torna-se maior, em vez de diminuir-se. Todos os dias devemos aumentar a nossa iluminação e nosso ambiente – a cada dia acrescentando outra boa ação, acendendo uma chama adicional.

Chanucá nos relata uma história mais profunda, que penetra as sombras mais escuras de nossa vida. A Menorá ilumina um túnel através do tempo até uma grande vitória na qual um pequeno grupo de judeus derrotou o poderoso império grego. Em meio aos destroços do Templo profanado os macabeus procuraram incessantemente, até que encontraram uma ânfora de azeite que milagrosamente ardeu durante oito dias.

Quando você é profanado, quando seu Templo interior foi impurificado e não há azeite, você tem o poder de chegar ao fundo e descobrir a luz. A alma sempre permanece intacta como uma “chama piloto”. Quando você acende sua Menorá sob circunstâncias difíceis, criando luz no momento mais escuro, aquela luz jamais pode ser extinta. A luz que lidou com desafios, que transformou o sofrimento em crescimento, é uma luz que transcende a natureza e transforma as trevas em luz.

Este poder de transformar a escuridão deve vir de um lugar além do convencional. Portanto, acendemos oito velas, o número místico de transcendência e infinidade, um além do número sete que representa o ciclo natural.

A fim de furar as trevas com luz, você não pode apenas confiar no natural, precisa atingir uma fonte mais profunda que é a oitava dimensão.

Estes elementos de Chanucá – as oito chamas tremulantes, o milagre do azeite.

A luz brilhando sobre a rua escura – diz para nos conectarmos com o poder de nossa alma. Nossa alma se eleva como uma chama rumo àquilo que transcende a si mesma, não somente repelindo as trevas como é natural para toda luz, mas transformando a escuridão em luz.


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