quinta-feira, 27 de março de 2014

Jesus é a nossa pascoa

A palavra portuguesa “páscoa” é usada para designar a festa dos judeus que, no hebraico, recebe o nome de pesach (passar por sobre). Esse nome surgiu em face da narrativa bíblica em que o anjo da morte, ou o anjo destruidor, “passou por sobre” as casas assinaladas com o sangue do cordeiro pascal, atacacando ferozmente as casas dos egipcios e matando a todos os primogênitos de entre eles (Ex 12.21ss). Essa mortandade convenceu faraó de permitir que Israel deixasse o Egito, após 400 anos de servidão naquele país. Por tudo isso, é correto afirmar que a palavra páscoa – desde tempos mais remotos – tem o sentido de libertação e expiação. O sangue do cordeiro teria um papel expiatório, e o êxodo seria a concretização dessa libertação.
A festa da páscoa é o mais importante dos memoriais do Antigo Testamento, sendo o início de uma série de acontecimentos sem precedentes, que culminaram na entrada do povo na Terra Prometida. No entanto, passados mais de 1500 anos daquela primeira celebração, um outro evento importante teve seu lugar na história. Deus visitou os homens, vestido de carne e tal como o cordeiro na noite de páscoa, verteu seu sangue para que nós pudessemos ser livres do Destruidor. A morte de Cristo, o verdadeiro Cordeiro de Deus, veio a significar uma expiação perfeita e uma libertação muito mais ampla, razão pela qual o apóstolo Paulo refere-se a Cristo como a nossa páscoa (1Co 5.7).
No mundo ocidental, vimos o conceito da páscoa evoluir rapidamente, de modo que ela passou de uma celebração religiosa para uma data meramente comercial. Aproveita-se a época para vender ovos de chocolate, e promociona-se a figura do coelho, e não do cordeiro. Não tenho absolutamente nada contra quem quer que coma chocolate, quer seja na páscoa, quer seja em qualquer outro dia do ano. Pesquisas recentes confirmam que o chocolate do tipo meio-amargo, por exemplo, protege o coração, e consumo rotineiro reduz os níveis da pressão arterial. Nada contra, mas acontece que em tratando-se de páscoa, tem se perdido a essencia da representação desse memorial. Já ninguém conhece o sentido e o significado da páscoa.
Libertação e expiação: Estes são os verdadeiros símbolos da Páscoa. Foi isso que Moisés significou para Israel; é isso o que Jesus significa para nós. Deus em Cristo nos libertou! Já passei da morte para a vida! Isso é pascoa. O reconhecimento de que já não devemos estar debaixo de um jugo de escravo, sendo aprisionados por mandamentos humanos, por ordens sem sentido e heresias infundadas, por medo de perder uma cobertura apóstólica, a não aceitação dessa deturpação do sacrifício de Cristo na cruz, o olvidar do perdão, da salvação; tudo isso anula o sentido da páscoa. A pascoa cristã não precisa ser apenas uma celebração anual, ela deve ser vivida a cada dia.

Nenhum comentário:

A Recompensa da fidelidade à Deus

E sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um, aos quais estes príncipes dessem conta, para que o rei não sofresse dano. Daniel ...